Piratas modernos
Peter Sunde, um dos fundadores do Pirate Bay, declarou, no início da semana, que deixaria de ser o porta voz do site de torrents que ajudou a criar. O site, que foi vendido para uma empresa que pretende torná-lo legal, é um dos mais conhecidos na web pelo compartilhamente de arquivos.
O que chama a atenção é que muita gente queria transformar Sunde no cara que pega a bandeira da causa pirata do século XXI e deixar toda a tarefa para uma única pessoa. Em sua passagem por Porto Alegre, mais precisamente no Fisl, era visível a empolgação dos presentes, num bate-papo com o sueco no bar Ocidente, querendo que ele fosse ‘o cara’.
Talvez, muita gente que estava lá não entendia muito bem o que era ser pirata ou o que era fazer algo na web. Na verdade, todo mundo deve fazer sua parte, tomar iniciativa, e não ficar esperando que alguém tome partido pelos outros e faça. E era o que muita gente presente no Ocidente e até em todo o Fisl queria (e pensava): bom, ele é o cara que vai lutar e deixar o Pirate Bay e a web livres para que o resto do mundo possa explorá-la. Não. Não é bem assim que funciona. Li por cima em alguns blogs nerds que o pessoal ficou meio assim com o que Peter Sunde falou a respeito de não ser o porta voz mais do site e o que vai ser o próprio PB daqui pra frente. Bom, não depende dele, depende de todos nós, usuários e que baixamos e compartilhamos arquivos onlines.
Piratas e anarquismo andam juntos, mas mesmo estando nos anos dois mil ainda vale a máxima do faça você mesmo.
…continua no próximo post, mais precisamente, sobre o T.A.Z!!.
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Todo discurso pretende ser hegemônico. Parece-me aceitável que as pessoas queiram apoiar um discurso ao invés de cada um ter o seu próprio. Afinal, o discurso com maior poder tenderá a aglutinar em si aqueles outros mais fracos e se opor ao poder antagônico… talvez…
Você escreve muito bem!